sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nosso Evento-Batizado Troca de Cordas

To comunicando a todos que no próximo dia 02/06/2012 haverá um evento da Associação de Capoeira Novo Horizonte e espero vocês lá! O evento será no parque da cidade em Rio das Ostras no bairro de Nova Cidade a partir das 16:00 ás 23:00 hrs...Pois terá um campeonato de Capoeira....Espero vocês lá em!  *----*

quinta-feira, 22 de março de 2012

Emboscada

No dia 5 e 6 de Maio de 2012 A Associação de Capoeira Novo Horizonte terá de realizar uma emboscada na mata,os enteressados procurarem uma academia de capoeira do grupo Novo Horizonte!!!! espero vocês lá para nos combinar-mos para participar dessa EMBOSCADA vai ser o "máximo"!!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Capoeira - História de Zumbi à atualidade

Geral - Capoeira<br>Foto: Imagem de arquivo 

        No século XVII, quando se verificaram as invasões holandesas, aproveitando-se da confusão que se estabelecera, milhares de escravos começaram a fugir de seus senhores, agrupando-se nas faldas do Oiteiro do Barriga, no atual Estado de Alagoas. Em pouco tempo, o número de fugitivos (em sua maioria negros angolas), atingia 20.000. Construíram então, uma república conhecida pelo nome de Quilombo de Palmares (denominavam-se "quilombos" as barracas ou antros construídos às pressas, quase sempre com folhas de palmeiras, enquanto "palmares" eram regiões em que as palmeiras abundavam) e, por ser de todos o mais forte, valente, ágil, e com certa cultura, Zumbi foi escolhido como o chefe desta república. (A palavra Zumbi significa "Deus negro de alma branca") 

          A história daquele que seria o Zumbi começa quando Brás da Rocha ataca Palmares, no ano de 1655, levando um recém-nascido, entre os adultos capturados. A criança foi entregue ao chefe da coluna atacante, que por sua vez resolveu fazer um presente ao padre Melo, cura de Porto Calvo. O religioso decidiu chamá-lo Francisco. 

          A grande batalha do chefe guerreiro Zumbi, zelando dia e noite pela segurança do seu povo e lutando para que não fosse extinto o ideal de se formarem comunidades onde conviviam negros, índios e brancos, começou ao completar quinze anos, em 1670. Nesse ano Francisco fugiu do padre Melo, em busca da liberdade. 

Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi. 

          Os negros faziam incursões às fazendas e povoados próximos, onde cometiam depredações, vingando-se não raro das afrontas e maus tratos de seus antigos senhores. Defendendo-se com armas primitivas, empenhando-se em lutas corpo à corpo, os negros do Quilombo do Palmares derrotaram sucessivamente 24 expedições chefiadas pelos capitães-do-mato. 

         Esses capitães-do-mato recebiam ordens para capturar o maior número possível de escravos, vivos, sem inutiliza-los para o trabalho forçado, havendo portanto, o cuidado de não mutila-los ou não lhes produzir lesões graves. Nesta luta corpo à corpo, o escravo se mostrava superior, graças a sua extraordinária agilidade. 

         Para não se deixar apanhar vivo, segundo o testemunho dos componentes das escoltas, o negro, refugiando-se nas capoeiras, defendia-se com um estranho jogo de braços, pernas, tronco e cabeça. Não rara era a debandada dos soldados que pretendiam agarra-los. 

         Em 1687, sendo Souto Maior o governador de Pernambuco, designou o sertanejo paulista Domingos Jorge Velho (mestre de campo de um regimento estacionado no sertão do Piauí) para exterminar o Quilombo dos Palmares. O sertanejo exigiu como prêmio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. O acordo com os paulistas foi ratificado em 3 de dezembro de 1691. 

          Domingo Jorge Velho, comandando cerca de 3.000 homens bem armados e equipados (inclusive com 2 canhões), dirigiu-se para o Oiteiro do Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros escravos. Os soldados tinham recebido ordens de capturar os negros vivos, mas era quase impossível. 

           Os negros resistiram até 6 de fevereiro de 1694,quando Domingo Jorge Velho logrou êxito. Conseguiu conquistar terras, mas aprisionou um número muito reduzido de escravos. Segundo o historiador Fernandes Pinheiro, Zumbi se atirou do alto de um rochedo. Outros historiadores classificam essa versão como uma lenda, asseverando que o chefe dos Palmares foi atraiçoado, tendo sua cabeça exposta em praça pública, conforme comprova carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro, dirigida ao Rei de Portugal em 1696. Mas a lenda foi mais forte, os negros nela acreditaram e o mito penetrou na história, contando que Zumbi morreu lutando e atirou-se de um penhasco para não ser capturado. Para os negros escravos da época, ele voltaria do fundo do penhasco para liberta-los. 

         Além disso, Palmares ficou como ponto de referência de uma gente espalhada por todas as partes deste país, simbolizando uma luta secular de libertação. Luta de um povo que se identifica não somente pela pigmentação da pele, mas pela mesma herança cultural. Palmares está viva como ponto de partida para chegarmos a uma sociedade livre. 

          Desde a época da campanha dos escravistas contra o quilombo de Palmares ficou o registro do termo capoeira, dos guerreiros das capoeiras e sua estranha forma de luta, que tornava homens desarmados capazes de enfrentar e vencer vários adversários. 

A coluna que matou Zumbi era chefiada pelo capitão paulista André Furtado de Mendonça. 

          No Império Homens se celebrizaram, valendo-se de suas autoridades na perseguição à capoeira, como foi o caso de Miguel Nunes Vidigal, nomeado em 1821 para a Guarda Real de Polícia. Capoeira exímio que era tornou-se o terror de seus companheiros, aplicando-lhes uma série de torturas, que tinham por alcunha a ceia dos camarões. 

         Foi no Rio de Janeiro que o capoeira encontrou seu maior campo de ação entre os políticos que se formaram pró ou contra a proclamação da República. Os grupos de capoeiristas, eram contratados para atuarem em comícios, concentrações e passeatas, que terminavam sempre em pancadaria, com pedras de ambos os lados. Na República Foi sem dúvida o período áureo da capoeira, os dias que assinalaram o fim do Império e os primeiros dias da República. 

        Mais graves não poderiam ser os acontecimentos. No Recife, qualquer aparição pública de uma banda de música militar ou particular era pretexto para que se juntassem grandes grupos de capoeiristas, que as seguiam sempre procurando desordem e ameaças. 

          Na Bahia, reuniam-se eles, com ou sem motivos, nas festas religiosas ou públicas, em praças ou mercados, sem outro fim que o de perturbar o ambiente. 

           Vieram os primeiros dias da República e a repressão a este intolerável estado de coisas. Em 11 de outubro de 1890, o Decreto no.847 do Código Penal Brasileiro, tratou especificamente, de vadios e capoeiras, com rígidas medidas punitivas, sendo visados não só seus praticantes, mas, principalmente os cabeças de grupos ou maltas, cujas penas podiam ir de prisão celular de dois a seis meses ou, mesmo até, ao degredo para a distante ilha de Fernando de Noronha. 

          Criou-se uma colônia correcional - a Fazenda de Boa Vista, na Paraíba do Sul/RJ - que congregaria vadios, vagabundos e capoeiras. 

          Mas, como sempre, com as leis vieram também os abusos, incorretas aplicações delas, perseguições injustas e verdadeiros massacres, com ou sem causas devidas. 

          No tempo do Marechal Deodoro, o Conde de Matozinho tinha um filho chamado José Elísio Reis, capoeirista, emérito fechador de botequins, que foi preso por Sampaio Ferraz, então chefe da polícia. 

       Preso "Juca Reis", o Conde de Matozinho recorreu ao seu amigo, o Ministro Quintino Bocayuva, para que soltassem seu filho. Quintino foi a Deodoro e este, ao chefe da polícia, cuja reação foi imediata: "Não solto, porque se não fico desmoralizado." Sampaio manteve forte atitude. Diante do dilema, Quintino Bocayuva colocou a questão nos seguintes termos: Ou Juca Reis seria solto, o que implicava a exoneração do Chefe da Polícia, ou ele se retirava do governo. 

      Apesar disso, a decisão foi mantida e "Juca Reis", com todos seus títulos e prerrogativas, foi mandado para Fernando de Noronha e Quintino Bocayuva permaneceu no ministério. 

          Em 1907, foi publicado "O Guia da Capoeira ou Ginástica Brasileira", cujo autor colocou apenas O.D.C. à distinta mocidade (Ofereço, Dedico e Consagro). Segundo Agenor Corrêa (Mestre Sinhozinho), tratava-se de um oficial do exército, que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos existentes contra a capoeiragem. O folheto era dividido em 5 partes, que tratam respectivamente dos seguintes assuntos: 

Posições Negaças Pancadas Simples Defesas Relativas Pancadas Afiançadas 

         Em 1928, Annibal Burlamaqui publica a obra chamada Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada, que pode ser considerada o melhor trabalho no gênero. Nesta obra, Annibal Burlamaqui demonstra grande preocupação em fazer ressurgir a capoeiragem e se bate para que ela seja considerada um método nacional de ginástica; estabelece regras para o jogo desportivo de capoeiragem e apresenta, devidamente ilustrados, os principais golpes e contragolpes de que se valem esta luta. 

         No Rio de Janeiro é que a capoeira foi mais praticada do que em qualquer outra parte do território nacional. Capoeirista, foi desde a nobreza com o Barão do Rio Branco, dentre outros, até o negro escravo. Melo Morais, que viveu na época dos grandes capoeiras, se refere a Mamede, Chico Carne-Seca, Bentivi, entre outros, sendo Manduca da Praia o mais famoso. 

          Sobre esse capoeira, a quem conheceu pessoalmente, diz Melo Morais - "Conhecido por toda população fluminense, considerado como homem de negócio, temido como capoeira célebre, eleitor crônico da freguesia de São José, apenas respondeu a 27 processos por ferimentos leves e graves, saindo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e do seus amigos". Foi o negro capoeirista conhecido por Macaco Velho (Francisco da Silva "Cyríaco"), nascido em Campos/RJ e falecido no Rio de Janeiro a 19 de maio de 1912, que na primeira semana de 1909 no Concerto Avenida (Rio de Janeiro), batendo-se com o campeão japonês de jiu-jitsu, Sado Miako, venceu aplicando-lhe um único e fulminante "rabo de arraia". 

         Segundo a ata do combate, da Confederação Brasileira de Pugilismo, enquanto o japonês se dirigia aos quatro lados, fazendo a costumeira saudação oriental, Cyríaco foi mastigando a língua para melhor salivar e quando o juiz deu o sinal de combate, o capoeira soltou uma volumosa cusparada, que mais parecia um jato, no rosto do japonês, cegando-o momentaneamente e, de imediato, aplicou-lhe um violentíssimo "rabo de arraia", derrubando-o desacordado no solo. A luta durou pouquíssimos segundos, para o delírio da multidão. 

         "Cheguei em frente com ele, dei as minha continença e fiz a premera ginga, calculei a artura do negrinho, à meiada da perna, isquei com a mão p'rá espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: antão? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu tá ruim comigo, pruque eu imbolá, eu não imbolo. O japonês tremeu, risquei com ele por baixo, dei o passo de limpeza gerá, o negrinho atuduou, mexeu, mas não caiu..." 

         "A rapaziada aí gritaro: Aí Cyríaco! Entra com o teu jogo intero!...Eu me queimei e já sabe! Tampei premero, distorci a esquerda, virei a pantana, óia o hôme p'rô relógio de repetição, mas o gringo se acomentou com a chamada e se deu por satisfeito." "Meus sinhô, isto que tá aqui é a vredade pura, pura... figi assim, tal e quá, Qui eu disse pro japonês! Entra bruto! Fui ansim, sem tirá, nem pô, qui eu li mandei-le o rabo de arraia no frontispício da philosostria!" 

        Na Bahia, na década de 1930, Manoel dos Reis Machado, conhecido por Mestre Bimba, famoso capoeirista de sua época, resolve metodizar e aperfeiçoar a capoeira d'angola, criando a "Luta Regional Baiana", que abrangia 52 golpes, dos quais 22 eram mortais. No Rio de Janeiro sinhozinho ensina capoeira sem a parte musical. 

         Em 1932 é fundado o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional (de Mestre Bimba), a primeira academia de capoeira a obter registro oficial, através do certificado expedido pelo Secretário de Saúde e Assistência Pública, assinado a 9 de julho de 1937, pelo Inspetor Técnico Dr. Clemente Guimarães. Outros grupos seguiram o exemplo, como o de Gengibirra, sob a direção de Livino Diogo e Daniel Coutinho.

Nesta reportagem:

» Capoeira - História de Zumbi à atualidade

Para Quem Não conhecia MESTRE BIMBA !

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Capoeira


Capoeira
Não sendo um dos principais estilos de luta, a Capoeira é ainda assim uma das que mais popularidade tem atingido nos quatro cantos do mundo. Na verdade, poderá até haver quem não considere a Capoeira como uma luta, e ainda menos uma arte marcial. Essa discussão nunca terá fim, mas a bem do consenso, podemos dizer sem qualquer dúvida que a Capoeira é, sobretudo, uma arte.

AS ORIGENS

As suas origens são também fruto de debate, mas a versão mais consensual é que terá tido origem como um meio de defesa dos escravos do Brasil no século XVI, dissimulado numa dança para que os seus proprietários não o identificassem. O que é garantido é que esses escravos, originários de vários locais em África, mantiveram as raízes da sua herança através de diversos costumes e rituais, e a Capoeira nasce de um conjunto de tradições ancestrais.
Algumas fontes referem a inspiração da dança ritual N’Golo, baseada nos movimentos de zebras; as lutas de galos são outra das fontes que poderão ter estado na origem da Capoeira. O que está comprovado é que foi no Brasil que nasceu a Capoeira – historicamente referenciada já no século XVIII (sendo decerto mais antiga) – por entre os grupos de escravos.
O uso como arte marcial e técnica de luta (e certamente a sua eficácia) levaram à sua proibição, com elevadas punições para os capoeiristas. No início do século XX a Capoeira encontrava-se ainda legalmente interditada, e foi por pouco que a arte não se extinguiu.
Aos poucos a perseguição foi-se esvaindo, e em 1932 é fundada a primeira academia oficial de Capoeira, pelas mãos de um dos maiores impulsionadores de sempre, o Mestre Bimba. Pouco depois, a sua iniciativa foi seguida pelo Mestre Pastinha, outro importante incitador, baseando-se numa abordagem mais tradicional. Assim nascia este fenómeno mundial e, ao mesmo tempo, as duas principais correntes de Capoeira.

AS DUAS CORRENTES

Capoeira Angola

A Capoeira Angola foi recuperada pelo Mestre Pastinha com a abertura da sua academia em 1941. Consiste na forma mais tradicional de Capoeira, altamente ritualista, remontando à herança tribal de África, e chega a ser considerada (sobretudo pelos seus praticantes) como a “verdadeira Capoeira”.

Capoeira Regional

A Capoeira Regional tem a sua origem no Mestre Bimba, que considerava que esta arte estava a perder progressivamente a sua componente de luta. Uma vez que se tratava de uma prática proibida, os capoeiristas remetiam-se à clandestinidade, sendo cada vez menores em número e sem comunicação entre si. O Mestre Bimba pretendeu lutar contra esta tendência, e começou a recuperar práticas e movimentos antigos, definiu uma filosofia e código próprios, e concebeu mesmo novos golpes. É a ele que se deve a criação da primeira academia de Capoeira do mundo, e com o seu activismo, é também considerado o principal impulsionador para a legalização, aceitação e valorização social e cultural deste património brasileiro. A Capoeira Regional é assim uma abordagem moderna de Capoeira, devidamente organizada e hierarquizada, e é de longe a corrente mais praticada não só no Brasil, mas também em todo o mundo.
Independentemente das diferenças entre estas duas correntes, mais filosóficas que práticas, ambas são praticadas num verdadeiro ritual, constituído por diferentes partes e componentes.
Em suma, a Capoeira é uma simulação de luta e não tanto uma luta efectiva. O “jogo” não tem como objectivo atingir o adversário, mas antes dar asas à liberdade de movimentos ofensivos e defensivos, através de diferentes golpes, reduzindo a margem de manobra do oponente. O capoeirista não precisa de atingir o adversário, basta colocá-lo numa posição em que não se consiga defender.
Mas o ritual é muito mais do que apenas esse jogo.

O RITUAL

A Música

A música é parte essencial da Capoeira, sendo mesmo a sua velocidade que marca o ritmo dos movimentos dos capoeiristas. A roda de Capoeira integra uma bateria com vários instrumentos tradicionais brasileiros: ainda que a maioria seja de precursão, aquele que assume maior protagonismo é o berimbau. Os membros da roda acompanham a música com cantares típicos, por vezes semelhantes aos cantares de desafio, e todo este conjunto cria o ambiente único que apenas a Capoeira permite. A importância da música é tal que o Mestre Bimba afirmou mesmo que um verdadeiro capoeirista tem que saber lutar tanto como tocar e cantar!

A Roda

A roda de Capoeira é onde decorre a acção, criando um círculo no interior do qual se defrontam os capoeiristas. Os restantes elementos, sejam adversários à espera da sua vez, sejam os músicos, seja mesmo o público em geral, criam um círculo com uma média de 5 metros de diâmetro.

O Jogo

O jogo em si é o confronto entre os dois praticantes. Como foi referido, esta “luta” não implica, na generalidade, contacto físico, mas antes uma demonstração das capacidades. Cada ataque fica-se pela ameaça, sendo que antes de ser concretizado já o adversário terá efectuado uma manobra defensiva que o evitaria. A sucessão de movimentos gera uma verdadeira dança metafórica (ou mesmo no sentido literal da palavra), com gestos elegantes, ágeis e acrobáticos, recorrendo com frequência a saltos mortais e outras manobras igualmente aparatosas.
  • Ginga
    A Ginga é o movimento base de Capoeira, e ao mesmo tempo o mais célebre. Consiste numa “dança” de pés triangulares, balançando os braços ao ritmo do corpo, que servirá também de preparação para os movimentos. É verdadeiramente inconfundível: quando vir alguém a fazê-lo, saberá instantaneamente que está na presença de um capoeirista!
  • Ataques
    Os movimentos ofensivos utilizam maioritariamente as pernas, com ataques de pés e joelhos. Os cotovelos são também utilizados com alguma regularidade, ao passo que murros e outros golpes de mãos não são utilizados em Capoeira. Um golpe também utilizado com frequência é a cabeçada!
  • Defesa
    A defesa consiste na grande maioria no recurso a manobras evasivas, e eventualmente, contra-ataques. Daí que a Capoeira possa ser vista como um jogo de movimentações, em que se considera que o atacante teve sucesso quando efectuou manobras tais que deixou o adversário sem escape possível.
  • Volta ao Mundo
    Quando uma manobra é concluída (como na situação anteriormente descrita) ou na eventualidade de qualquer outra interrupção do ritmo do jogo, os dois capoeiristas afastam-se e circulam calmamente pelos limites da roda, dando a “volta ao mundo”.
Na generalidade, estes são os “episódios” do ritual de um jogo de Capoeira, havendo depois pormenores e especificidades quer na Capoeira Regional, quer na Angola.

A CAPOEIRA… À VOLTA DO MUNDO!

Com o passar dos anos, a Capoeira tem-se espalhado um pouco por todo o mundo, sendo cada vez mais popular em países como Japão e Estados Unidos. Apesar de haver hoje uma enorme pluralidade cultural, social e étnica por entre os capoeiristas, os mestres são geralmente brasileiros, o que assegura a manutenção das origens desta arte.
Uma arte, que marcial ou não, é um símbolo máximo da herança cultural de um povo, com o mesmo peso que terá o Karaté para o Japão ou o Taekwondo para a Coreia. Tanto o é que a Capoeira foi recentemente declarada Património Cultural Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, depois de em 1985 se ter declarado o dia 3 de Agosto como o Dia do Capoeirista.

VÍDEO DE DEMONSTRAÇÃO


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Capoeira Bahia

Capoeira, Bahia, Brasil


De Salvador (BA)
Vá lá definir as coisas... Sabemos que não devemos falar das coisas sem uma idéia clara do que sejam; principalmente quando se trata de coisa pública e notória.
Geralmente o que a gente considera uma definição de uma coisa é simplesmente colocá-la numa categoria mais ampla, pendurando um conceito no outro. Podemos dizer que uma cadeira é um móvel, que um microfone é um aparelho eletrônico e assim pó diante...
Mas como definir o que é capoeira, aqui da Bahia, se a capoeira está muito envolvida em definir o que é ser Bahia?
Ou seja: não dá para aplicar aquele velho chavão antropológico ou sociológico de que a cultura, no caso a capoeira, é um reflexo da sociedade; por que o que está envolvido é muito mais do que isso... Eu preferia que o renomado pensador Clifford Geertz, ao invés de ter ido parar em Bali, e ter estudado as brigas de galo de lá, que ele tomasse o rumo daqui da Bahia e focalizasse na capoeira. Lá em Bali ele de certa forma revolucionou a antropologia ao perceber que as brigas de galo eram textos, "uma leitura balinesa da experiência balinesa".
Não estamos certos em fazer essa associação? Não é a capoeira uma história contada de dentro sobre a experiência daqui? Não merece a capoeira ser entendida não como reflexo de algo e sim como texto constitutivo, como dramatização da própria existência entre nós...? Convocando isso que poderíamos chamar de círculos concêntricos - Salvador, o Recôncavo, a Bahia, o Brasil e o Mundo. Resumindo e repetindo: uma leitura "densa" para usar o termo de Geertz da experiência baiana e brasileira;
É justamente por isso que aqueles que aprendem capoeira relatam ter aprendido muito mais do que simplesmente capoeira. Aliás, não existe simplesmente capoeira. Como diz Mestre Curió:

"...o que caracteriza um Mestre é ética, é saber quem é ele, ter filosofia; por que a capoeira é uma filosofia, a capoeira ela é arte, ela é dança, ela é malícia, é coreografia, teatro, sagacidade, religião, cultura, ela só pode ser perigosa na hora da dor..."
São doze categorias que o Mestre Curió levanta como aspectos ou metáforas norteadoras da capoeira. São metáforas por que a capoeira permanece sendo capoeira, mas ela aciona significados de analogia, ou melhor universos de significado que convocam todas essas atividades, elas próprias desdobráveis em outras tantas: como filosofia também entendemos uma educação, e certamente os seus métodos; como arte também entendemos uma estética, e uma estética visual, a indumentária por exemplo; e como ética e sagacidade, entendemos o próprio sumo da existência e da resistência entre nós, e vislumbramos mesmo uma política, a capoeira como atitude política, em prol da própria história que encarna e que relata...
E esse agir complexo, esse pensar complexo, permite que a capoeira estabeleça sinapses com o mundo. Pois se ela se constituiu de forma densa como uma narrativa daquilo que somos, hoje circula pelo planeta materializando de forma impressionante o conceito de rede, de sociedade em rede. A capoeira está na frente de tudo que temos, está na frente do Brasil...
Para um País como o nosso, que continua perseguindo o ideal de nação, o ideal de se constituir como nação para todos os habitantes, e que ao mesmo tempo vivencia uma época que ultrapassa o discurso nacional e polariza o poder em conglomerados mundiais -, portanto, na delicadeza dessa quadra que ora atravessamos, a capoeira assume uma posição estratégica de agente civilizatório que fomenta o sentido de pertencimento e veicula formação ética. Reconhece e valoriza a matriz africana, mas ao mesmo tempo abre-se à contemporaneidade. A capoeira civiliza o Brasil.

Suas variações

A violência dos golpes da Capoeira não deixa espaço para meio termo: ou luta-se Capoeira de verdade ou apenas simula-se um jogo. Os mais puristas não admitem a possibilidade de enquadrá-la em regras esportivas. Para eles, quem assim o faz está sendo leviano ou não conhece de fato a arte da Capoeira. Para outros, no entanto, o jogo deve evoluir, como todas as artes marciais. A Capoeira de Angola, a mais tradicional, tem um número pequeno de golpes. Mas estes podem atingir uma harmoniosa complexidade, através de suas variações. Assim como a música, que conta sete notas, a Capoeira tem diversas variações apoiadas em sete golpes principais: Cabeçada, Rasteira, Rabo de Arraia, Chapa de Frente, Chapa de Costas, Meia Lua e Cutilada de Mão.
 A Capoeira é a única modalidade de luta marcial que se faz acompanhada por instrumentos musicais. No início, esse acompanhamento era feito apenas com palmas e toques de tambores. Posteriormente, foi introduzido o berimbau, instrumento composto de uma haste tensionada por um arame, tendo por caixa de ressonância, uma cabaça cortada. O som é obtido percutindo-se uma haste no arame; pode-se variar o som abafando-se o som da cabaça e (ou) encostando uma moeda de cobre no arame; complementa o instrumento o caxixi, uma cestinha de vime com sementes secas no seu interior.
O berimbau era um instrumento usado inicialmente por vendedores ambulantes para atrair fregueses, mas tornou-se instrumento símbolo da Capoeira, por conduzir o jogo com o seu timbre peculiar. Os ritmos são em compasso binário e os andamentos - lento, moderado e rápido -  são indicados pelos toques do berimbau. Entre os mais conhecidos estão o São Bento Grande, o São Bento Pequeno (mais rápido), Angola, Santa Maria, o toque de Cavalaria (que servia para avisar da chegada da polícia), o Amazonas e o Luna. Numa roda de angoleiros o conjunto rítmico completo é composto por três berimbaus (um grave - Gunga; um médio e um agudo - Viola); dois pandeiros; um reco-reco; um agogô e um atabaque. A parte musical tem ainda ladainhas que são cantadas e repetidas em coro por todos na roda. Um bom capoeirista tem obrigação de saber tocar e cantar os temas da Capoeira.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

capoeira e meu jeito de ser capoeira e minha filosofia

                                                         

a vida na capoeira

explicação dos movimentos da capoeira e mais um pouco

MOVIMENTOS BÁSICOS

JOGO

É a troca constante de base.
É uma característica da capoeira que consiste na movimentação constante de braços e pernas executados pelo capoeirista, em movimentos de vai e vem, avanços e recuos, iludindo o adversário e buscando a melhor oportunidade para desferir seus golpes.

ESQUIVAS

Jogo Capoeira

JOGO

É um movimento característico de capoeira no qual o praticante leva as duas mão ao solo subindo imediatamente as duas pernas, geralmente esticadas e caindo geralmente de pé. É sempre feito para um dos lados, sendo que possui diversas variações, pois uma das pernas ou mesmo as duas poderão, também passar encolhidas para maior defesa do corpo. A perna que dá o impulso é a perna para o lado que se vai aplicar o aú. A perna que primeiro atinge o chão é justamente a outra, que ao fim do golpe se dobra um pouco para melhor atingir o chão. Também pode ser um golpe ofensivo.
É uma esquiva em que o praticante desce ao solo, para trás, e se apoia nas duas mãos, ficando portanto com um total de 4 apoios ao solo: as duas mãos e os dois pés. Se o capoeira de locomover nesta posição, dá-se o nome de ARANHA.
É uma esquiva na qual o praticante se abaixa de frente para o adversário, com os braços protegendo o rosto, não sendo admitido que nenhuma das mãos vá ao chão. O apoio do corpo deverá ser apenas sobre os dois pés, podendo estar estes sobre as pontas ou não.
É uma esquiva que o praticante faz descendo ao solo apoiado em uma das pernas e com a outra esticada. As duas mãos vão ao chão, sendo que, se estiverem do lado da perna esticada, sua característica é quase que exclusivamente de defesa, porém se as mão estiverem para o lado da perna dobrada, propicia ao executor a oportunidade de aplicar uma rasteira logo em seguida. Em uma de suas variações, quando as mãos estiverem viradas para o lado da perna dobrada, elas poderão não ir ao solo, permanecendo à altura do rosto e do tórax, em posição de defesa.
É uma esquiva em forma de rolamento, na qual o praticante de capoeira vai ao chão, rola por cima da cabeça, mas apoiado em um dos braços que está a altura do seu rim. Ao fim do movimento, estará normalmente em posição de negativa ou resistência. Também pode ser umgolpe ofensivo.
É uma esquiva na qual o praticante desce ao solo em três pontos de apoio, os dois pés e uma das mãos. As duas pernas deverão estar dobradas e a mão que vai ao solo poderá estar por trás do corpo, pela direita ou pela esquerda. O corpo poderá estar curvado para trás ou mesmo erguido. O que caracteriza a resistência são os três pontos de apoio com as duas pernas dobradas.

GOLPES DESEQUILIBRANTES

Quando se cair em negativa, na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário, dá-se um puxão com a mesma, procurando derruba-lo
É uma rasteira com a perna semi-flexionada. Aplica-se em pé.

BANDA JOGADA

É um golpe de capoeira no qual o praticante se aproxima do adversário, aplica-lhe uma batida na coxa com o joelho, prosseguindo o movimento desequilibrante com uma banda.

BANDA TRANÇADA

É um golpe aplicado estando-se em pé. Aplica-se o pé por trás do pé da perna de base do adversário. Introduz-se o joelho pela frente da perna do adversário, empurrando-a para trás e ajudando ao empurrão com o peso do corpo, para frente.

BENÇÃO

O capoeirista em base, procura atingir o adversário com a perna de trás, com a planta do pé.

CHULIPA

Aplica-se uma rasteira na frente do adversário como se quisesse derruba-lo. Se a rasteira for dada com a perna esquerda, antes de completar o giro, deve-se dar um telefone ou um galopante no oponente.

CRUCIFIXO

É um golpe no qual o praticanteao receber um pé de giro alto, ele "entra no adversário" colocando seu braço por baixo da perna elevada do oponente, lhe tirando o equilíbrio ao elevar mais ainda sua perna.

ESCALA DE PÉ

É um golpe constituído de diversas variações que buscam desequilibrar o adversário da seguinte forma básica: o praticante desce na posição de rolê ou ponte, introduz os dois pés entre os pés do adversário e puxando, abrindo ou fazendo os dois ao mesmo tempo, derruba o oponente.

GANCHO

Aplica-se com a perna em forma de gancho, puxando por trás a perna do adversário.

PAULISTA OU LETRA

O capoeirista, quando o adversário der um golpe alto, escora e entra aplicando um rapa com a perna cruzada, em forma de letra, passo conhecido no futebol.

RASTEIRA DE MÃO

É um golpe aplicado em raríssimas oportunidades. Consiste em agarrar e puxar o pé de apoio do oponente quando se estiver executando algum golpe de giro alto.

RASTEIRA DE MEIA LUA PRESA

É um golpe no qual o capoeirista agacha-se sobre uma das pernas, põe as mãos no chão e com a outra perna esticada aplica uma meia lua tradicional. Entretanto, o pé que faz o semicírculo da meia lua segue uma trajetória rasteira ao chão. Como este golpe só é empregado quando o oponente está com uma das pernas levantadas, o objetivo é alcançar a outra e com sua passagem desequilibrar o oponente.

RASTEIRA DEITADA

É um movimento de capoeira com o qual o praticante busca desequilibrar seu adversário, abaixando-se e aplicando um rapa com o pé, o pé passa rente ao chão.

RASTEIRA EM PÉ

É um movimento identico ao anterior, só que o praticante permanece de pé para efetuar o rapa com o pé. Sempre visando desequilibrar o oponente

TESOURA NO CHÃO

É um movimento no qual o capoeirista procura envolver o corpo de seu oponente com suas pernas em forma de tesoura, procurando desequilibar o adversário. A entrada pode ser efetuada de frente ou de costas, tanto faz.

TESOURA DO AÚ

Aplica-se primeiramente um aú bem próximo do adversário. As pernas se separam e envolvem-no aplicando-se a tesoura.

TESOURA VOADORA

Aplica-se contra um adversário após um salto para frente. Envolve-se o adversário com as pernas e gira-se o corpo para desequilibra-lo.

VINGATIVA

É um movimento onde o aplicante se aproxima rapidamente do adversário, coloca-se lado a lado com ele e com uma das pernas atrás servindo de apoio e um empurrão com o cotovelo para trás. A perna que fica por trás do adversário é a que estiver lado a lado com a perna do oponente.

GOLPES OFENSIVOS

ARMADA

Aplica-se estando em pé, e consiste em firmar-se com um pé no chão e com a outra perna livre, fazer um movimento de rotação, varrendo na horizontal, atingindo o adversário com a parte lateral externa do pé.

ARPÃO

Golpe desferido com o joelho contra o adversário, de baixo para cima ou lateralmente.

ARRASTÃO NEGATIVA BATENDO

É um golpe traumático. Quando cair-se em negativa na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário e o pé envolvendo o seu calcanhar, aplica-se uma forte pancada, com o calcanhar da outra perna (a que está encolhida). A pancada é efetuada em forma de gancho, de fora para dentro, na parte lateral da perna do adversário.

ARRASTÃO NEGATIVA EMPURRANDO

Quando cair-se em negativa na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário, aplica-se um chapa de frente com a outra perna na canela do adversário.

AÚ CHAPA DE COSTAS

Consiste na aplicação de um aú e logo em seguida cortar o mesmo, ou seja, dar um giro no corpo, batendo com a planta do pé no adversário e caindo em base de rolê.

AÚ CHAPA LATERAL

Consiste na aplicação de um aú na direção do adversário, aplicando-lhe um golpe com a planta de um ou dos dois pés, completando o movimento com um rolê.

AÚ CHIBATA

É um golpe aplicado estando-se em base de aú. Aplica-se o aú e desta posição aplica-se a chibata com uma ou com as duas pernas, ou seja, atinge-se o adversário com os peitos dos pés.

AÚ CORTADO

Consiste em aplicar um aú quando o adversário estiver no chão. Aplica-se o aú por um dos lados do adversário e quando as pernas estiverem esticadas no alto, dá-se uma torção no corpo, indo cair sobre o oponente com uma das pernas esticadas, atingindo-o com o calcanhar.

CHAPA EM PÉ

É a interrupção de uma armada ou uma meia lua presa. Encolhe-se e distende-se a perna contra o adversário. Aplica-se a armada ou a meia lua presa e no meio do giro, aplica-se a chapa em pé.

CHAPA NO CHÃO

É um golpe aplicado de frente ou de costas, tendo-se como base as duas mãos e um pé. Aplicando-se de frente e estando em negativa com a perna direita esticada, a perna que toca o adversário é a esquerda. Para aplica-la de costas, caso a negativa seja com a perna direita esticada, faz-se um meio rolê, ficando de costas para o adversário, encolhe-se a perna direita e aplica-se a pancada com a mesma. A pancada é aplicada com a planta do pé ou calcanhar, distendendo a perna na horizontal ou de baixo para cima.

COTOVELADA

Consiste em aplicar o cotovelo em qualquer parte do corpo do adversário.

FORQUILHA

É a ação de introduzir um ou mais dedos nos olhos do adversário.

ESCALA DE MÃO

Golpe semelhante ao soco. Aplica-se com a base da mão, no ombro, plexo, queixo ou nariz do adversário. A palma deve estar voltada para o adversário e a ponta dos dedos deve ser encolhidas. No ombro e no plexo, aplica-se na horizontal; no queixo e no nariz, de baixo para cima.

GALOPANTE

É um golpe traumático que consiste na aplicação de uma das mãos em forma de concha, no ouvido do adversário.

MARTELO EM PÉ

Estando-se em base, a perna de trás sobe lateralmente e flexionada, distendendo-se para tocar o adversário.

MARTELO DE CHÃO

É o martelo aplicado tendo-se como base uma das mãos no solo. A mão que vai ao solo é a oposta à perna que aplica o martelo.

MEIA LUA DE COMPASSO

É um golpe no qual o praticante agacha-se sobre a perna da frente, e com a outra perna livre, faz um movimento de rotação, varrendo na horizontal ou diagonal. Quando inicia-se o movimento de rotação, as duas mãos vão ao solo para melhor equilíbrio. Atinge-se o adversário com o calcanhar.

MEIA LUA PRESA

É a meia lua de compasso com apenas uma das mãos no chão. A mão que vai ao chão é a mão oposta à da perna que vai desferir o golpe.

MEIA LUA SOLTA

É a meia lua de compasso sem nenhuma das mãos no chão. Não se pode levantar o tronco. A posição do tronco deve continuar baixa, como se estivesse com as mãos no solo.

MEIA LUA DE FRENTE

Consiste em lançar a perna de trás, esticada, num movimento de rotação, de fora para dentro. A parte que toca o adversário é a parte interna do pé.

PISÃO

É um golpe que se aplica de pé, distendendo a perna de trás contra o oponente, em movimento de "coice". Aplica-se o pisão na horizontal ou de baixo para cima, e bate-se com a planta do pé ou calcanhar.

QUEIXADA

É um golpe traumático que se aplica de pé, estando-se em base em uma das pernas e suspendendo a outra contra o oponente em forma de giro, de dentro para fora, visando especialmente seu queixo. A perna é deslocada e retesada e a parte que toca o adversário é a parte lateral externa do pé.

RABO DE ARRAIA

É um salto mortal dado para frente. No giro, os calcanhares visam a cabeça ou o tórax do adversário. Pode ser aplicado com as mãos no solo ou não.

ASFIXIANTE

É um golpe desferido com a mão fechada (soco), pegando entre o nariz e a boca.

VÔO DO MORCEGO

Dá-se um salto para cima, distendendo uma ou as duas pernas contra o adversário.

CONTRAGOLPES

QUEDA DE LADEIRA

É a aplicação de um contragolpe, escora ou tranco, de um golpe solto no ar aplicao pelo seu adversário, desequilibrando-o.

BOCA DE CALÇA OU ARRASTÃO

É um golpe no qual o praticante leva as duas mãos aos pés ou pernas do adversário, puxando-os com as mãos para a frente, fazendo com que ele caia para trás. Uma cabeçada ajuda a derruba-lo.

Caçuá

Contragolpe para a benção. Com a mão em forma de concha, procuramos encaixa-la no calcanhar do adversário e suspendê-lo, desequilibrando-o.

CUTILA (PALMA)

É o ato de aparar ou contragolpear um martelo com a mão fechada, contra a perna do adversário. Faz-se um movimento de giro com o antebraço, de cima para baixo e de dentro para fora. A parte que apara ou golpeia é a parte lateral externa do punho.

PASSO DA CEGONHA

Contragolpe aplicado contra a armada. Aplica-se primeiramente um tranco e imediatamente um gancho.

FLOREIOS

AÚ AGULHA

É um aú no qual o praticante leva as duas mãos ao chão subindo imediatamente as duas pernas, juntando-as no alto, esticadas. Ainda no alto, dá-se uma torção no corpo, tocando o chão com a ponta dos pés. Inicia-se o aú de lado, mas ao tocar o chão, o capoeirista estará com a frente voltada para onde iniciou o aú.

S DOBRADO

Chama-se S dobrado porque para aplica-lo necessita-se executar um movimento em forma de S ao contrário. Inicia-se com uma rasteira, com a perna esqueda, por exemplo: a perna esquerda sai de trás, perfaz três quartos de um giro, indo situar-se esticada, sem tocar no chão, no lado direito, ou seja, o lado contrário ao que se iniciou o movimento. Nesse momento faz-se dois pontos de apoio, um com a mão esquerda colocada a frente e junto ao corpo, e o outro é o da perna direita; já dobrada. Aí temos uma posição bastante parecida com a negativa, sendo que estamos de lado para o adversário, e a perna esquerda não tocando o chão. Iniciamos a primeira volta do S. Agora devemos dar um impulso para cima e para trás, rodando por cima da cabeça, tendo-se como base as duas mãos paralelas. A perna que toca primeiro o chão é a direita.

MACACO

Consiste na aplicação de um salto para trás, cujo movimento inicia-se com o agachamento, e a colocação da mão no chão, para trás, e próxima ao corpo. Dá-se um impulso no corpo para trás e executa-se um giro completo, terminando o movimento com a perna oposta a da mão que tocou primeiro o chão.

VOLTA AO MUNDO

Ritual existente na Capoeira Regional. Quando um dos capoeiristas está cansado, convida o oponente para se dar a volta ao mundo. É obrigatório acompanha-lo sendo que o que é convidado não deve atacar.

CHAMADA OU PASSO A DOIS

Ritual existente na Capoeira Angola em que se realiza uma parada com os braços abertos, ligeiramente elevados, e o adversário se dirige ao seu oponente apoiando as mãos no mesmo, e por um breve tempo caminham compassadamente pela roda até que o chamante autorize o reinício do jogo.